“Inferno em Guta”, na Síria, segue ardendo apesar do apelo de cessar fogo da ONU

Informes apontam que apesar de resolução da ONU, forças governamentais sírias continuam atacando a região onde cerca de 520 civis morreram em uma semana num dos mais sangrentos cerco às áreas rebeldes dos últimos anos

Explosão em Guta Oriental na madrugada desta segunda-feira, onde mais de 400 mil civis estão sofrendo ataques do exército sírio há uma semana

Os bombardeios em Guta Oriental, na Síria, perpretados pelo exército de Bashar al-Assad, seguiram fazendo vítimas na madrugada desta segunda-feira, 26, apesar da resolução aprovada durante o final de semana pela Organização das Nações Unidas (ONU) de cessar fogo na região. O informe é do chefe de Direitos Humanos da entidade, Zeid Ra’ad al-Hussein, segundo qual os ataques aéreos continuaram na manhã de hoje.
Ao menos nove pessoas, entre eles três menores e uma mulher, morreram durante a madrugada nos bombardeios em Duma, a maior cidade do principal bastião opositor nos arredores de Damasco, segundo denúncias de ativistas.

Guterres disse que Guta Oriental, que classifica como “inferno na terra”, não pode mais esperar pela ajuda humanitária

De posse do informe, o secretario geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, pediu hoje que os grupos em guerra na Síria implementem um cessar fogo de 30 dias, seguindo a resolução aprovada pelas principais potenciais mundiais no final de semana.
Segundo Guterres, as agências de la ONU estão prontas para oferecer ajuda humanitária e evacuar os feridos graves da área rebelde de Guta oriental, próxima a Damasco, onde 400 mil pessoas estão sendo vítimas dos ataques das tropas do governo sírio.
“Guta oriental não pode esperar, é hora de que pare este inferno na terra”, disse Guterres no Conselho de Direitos Humanos da ONU, que abriu hoje sua principal sessão anual de quatro semanas em Genebra, na Suiça.
O secretario geral da ONU também recordou a todas as partes que se enfrentam no conflito sírio e aos países com influência política e militar sobre elas de sua “absoluta obrigação de proteger aos civis e às infra-estruturas diante do Direito Humanitário Internacional e as leis internacionais de direitos humanos”. “Os esforços por lutar contra o terrorismo não substituem estas obrigações”, destacou.

Membro de grupo de resgate após um dos bombardeios em Guta Oriental

ATAQUE NA MADRUGADA – O porta voz da defesa Civil, Mahmud Adam, cujo grupo presta assistência de resgate em áreas fora de controle do governo, disse à agencia de notícias Efe, que o ataque começou após a meia-noite foi perpetrado por aviões russos que alvejaram a cidade de Duma. O Observatório Sírio de Direitos Humanos confirmou o bombardeio e recordou que Duma é o feudo principal da facção islamista edo Exército do Islã.
Também há registro que um civil perdeu avida no domingo por disparos de foguetes tipo terra-terra na povoação de Harasta, indicou a mesma fonte. Que agregou que também houve bombardeios de aviões de origen desconhecida na localidade de Al Shifunía.
Nas últimas horas também se registraram bombardeios em outras partes de Guta Oriental, como em Al Neshabia e nos arredores da zona de Al March, que ontem foi cenário de combates entre o Exército do Islã e as forças governamentais da Síria.
Faz uma semana que Guta Oriental sofre uma escalada de ataques por parte da aviação síria e russa e da artilharia governamental, que causaram centenas de mortes e feridos entre a população civil. Estima-se que cerca de 520 pessoas morreram até agora conforme adados divulgados hoje pelo Observatório.
Além da violência, os habitantes de Guta Oriental padecem de fome por conta da carestía dos produtos e pelo fechamento de muitos comércios.

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