Catalães vão a Bruxelas cobrar à Europa que reaja às ações repressivas da Espanha

A capital belga será palco nesta quinta-feira, às 11h, de manifestação de catalães que apoiam governo de Carles Puigdemont e repudiam manutenção de presos políticos. Manifestantes cobram reação de instituições europeias diante da repressão do estado espanhol

Mauri (C) agradeceu apoios recebidos, mas destacou que é preciso que a União Europeia reaja à vulneração de direitos na Catalunha provocada pelo governo espanhol

Estima-se que milhares de catalães tomarão as ruas de Bruxelas nesta quinta-feira (07) para cobrar à União Europeia que reacione diante da vulneração de direitos sofrida com a interveção do estado espanhol na Catalunha. Os manifestantes participarão de ato em apoio ao presidente Carles Puigdemont, exilado na capital belga com quatro de seus secretários. E em repúdio à manutenção da prisão do vice-presidente Oriol Junqueiras, do secretário de Interior Joaquim Forn, do presidente da Òmnium, Jordi Cuixart, e do ativista Jordi Sànchez.
“Estamos aquí também para agradecer às manifestações de apoio de diversos parlamentos, políticos e da opinião pública europeia e também para pedir que as instituições reacionem”, assinalou o porta-voz de Òmnium, Marcel Mauri, em entrevista coletiva em Bruxelas. “O que está em risco não é independência, é a democracia e os mesmos valores fundacionais da União Europeia”, assegurou em referência à criminalização dos independentistas e às demais medidas repressivas da Espanha, como censura de meios de comunicação, violações de correspondencia e proibições diversas.
Mauri falou ao lado do atual presidente da Assembleia Nacional Catalã (ANC), Augusti Alcoberro, que substituiu Jordi Sànchez, que mesmo preso concorrerá às eleições autonómicas de 21 de dezembro na chapa de Puigdemont.

Desde ontem é grande o fluxo de catalães nas estradas, estações de trens e aeroportos em direção à Bruxelas, onde participarão de ato contra prisão de ativistas e membros do governo de Puigdemont, que está exilado na capital belga

O ato em Bruxelas está previsto para às 11h da manhã, com uma passeata pelas principais ruas do bairro Europeu e diante dos prédios da Comissão, do Conselho e do Parlamento Europeu. Desde ontem é grande o fluxo de pessoas viajando de carro, de ônibus, de trem e em voos charters, da Catalunha para a capital belga, num trajeto de 1,3 mil quilômetros.
Muitos grupos culturais catalães participarão da manifestação, a exemplo dos tradicionais castellers, que fazem torres humanas, ou grupos de gigantes, que passeiam pelas ruas com seus chamativos bonecos.
Puigdemont e os secretários exilados poderão participar do ato uma vez que a justiça espanhola retirou ontem a euroordem de prisão que havia contra eles. Assim, a justiça belga, que avaliava pedido de extradição e por isso havia limitado seus movimentos, retirou as medidas cautelares. O líder catalão está em Bruxelas desde o final de outubro, após a proclamação da república na Catalunha. Ele decidiu abrigar-se na capital belga após o o primeiro ministro Mariano Rajoy intervir na Catalunha dissolvendo o parlamento, tomando controle do governo e convocando eleições autonômicas. Desde então vem denunciando a vulneração de direitos por parte do estado espanhol, que através da justiça conseguiu ordens de prisão contra ele e mebros do seu governo, e cobrando mediação por parte das instituições da União Europeia.

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