Pedro Sánchez perde primeira votação de investidura para o governo espanhol

Primeiro-ministro em funções não consegue votos necessários para ser investido pelo Congresso de Deputados. Nova sessão acontece nesta quinta-feira

Em primeiro plano Pablo Iglesias, de Podemos, que deixa aberta porta para governo de coalizão com Pedro Sánchez

Fracasso na sessão de investidura do primeiro-ministro Pedro Sánchez, do Partido Socialista Obreiro Espanhol (PSOE), que ocupa o cargo interinamente desde as eleições de 28 de abril. O socialista obteve 124 a favor, 170 contra e 52 abstenções, longe dos 176 votos necessários para vitória em maioria absoluta exigida na primeira votação. A segunda rodada acontece na próxima quinta-feira, quando Sánchez necessitará da maioria simples dos deputados.
Tudo dependerá se Sánchez conseguirá chegar a um acordo com Unidas Podemos, comandado por Pablo Iglesias, com quem manteve negociações tensas nos últimos três meses. Na primeira sessão de investidura, que começou na segunda-feira (22) e culminou hoje com a votação, Iglesias foi duro com Sánchez, que vem tratando o líder de Podemos com desdém e rechaçando suas propostas para formação de governo. O primeiro-ministro em funções também necessita dos votos de siglas menores, entre eles dos partidos independentistas catalães – Esquerda Republicana de Catalunha (ERC) e Juntos por Catalunha (JXCat). Os dois votaram contra Sánchez sob a alegação de que não pretende formar um governo de diálogo. Sánchez mal falou da questão catalã no debate de investidura e quando provocado, rechaçou a ideia de que existam presos políticos (quatro deles deputados congressistas) e exilados. Ainda ameaçou de recorrer a intervenção caso os políticos catalães insistam no processo soberanista.
Apesar das divergências, o partido de Iglesias sinalizou que seguirá aberto à negociação ao indicar aos seus deputados que se abstivessem na primeira votação. Contudo, não aceita um papel “decorativo” num virtual governo de coalisão, como disse no seu discurso durante a sessão de ontem.
Se Sánchez não for confirmado como primeiro-ministro na segunda votação, haverá uma segunda oportunidade em setembro, em outra rodada de votações no Congresso de Deputados. Caso fracasse, o parlamento se autodissolve e novas eleições serão convocadas para 10 de novembro.

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