Roubo cinematográfico de diamante em Barcelona leva à prisão de golpistas na França

Grupo desmantelado pelas polícias espanhola e francesa aplicava golpes em toda a Europa utilizando método c chamado Rip Deal

Desarticulado na França um grupo de golpistas que protagonizou um roubo digno de cinema em Barcelona. A rede aplicava golpes pelo método chamado Rip Deal, que consiste em mostrar uma solvência econômica que não existe para dar confiança às vítimas e assim apropriar-se, com habilidade, de dinheiro ou outros bens valiosos, deixando em troca falsificações. A investigação conjunta da Polícia Nacional da Espanha, dos Mossos d’Esquadra (a polícia catalã) e da polícia judiciária francesa resultou na detenção de oito supostos membros de gangue em três operações na cidade de Bondy, segundo informe divulgado ontem.

O seguimento dos golpistas começou em Janeiro de 2020 após o roubo de um diamante em Barcelona. A joia, ​​avaliada entre 7 e 15 milhões de euros, foi levada após uma manobra de distração da vítima. No lugar do diamante deixaram uma caixa vazia. O roubo aconteceu em 2 de janeiro de 2020. A investigação iniciada pela Divisão de Investigação Criminal dos  Mossos d’Esquadra revelou que pelo menos três pessoas participaram do incidente: um homem que fingiu ser o comprador do diamante, uma mulher que parecia ser uma especialista gemóloga que iria realizar o estudo de autenticidade, e um terceiro identificado pelas impressões digitais encontradas na caixa entregue à vítima.

As impressões digitais da mulher que se passava por perita gemologista e de seu companheiro permitiram que fossem identificados como autores do roubo e foram localizados em Besazón (França). O terceiro investigado, que fingiu ser o comprador, foi a ligação entre as investigações de Mossos d’Esquadra e a Polícia Nacional, fato que deu origem à equipe de investigação conjunta entre as duas forças policiais. Para cometer os crimes os golpistas usavam uma bolsa de fundo duplo muito específico. Eles eram bem treinados e experientes nessa atividade criminosa e procuravam vítimas em potencial quase todos os dias.

A falsa identidade de um dos identificados motivou o prosseguimento das investigações por ambas as forças policiais, sob suspeita de tratar-se de uma organização criminosa que pratica este tipo de fraude em toda a Europa. Assim, em junho de 2020, a autoridade judiciária espanhola foi instada a emitir uma ordem europeia de investigação dirigido às autoridades francesas.

Graças à ordem europeia, foram realizadas reuniões entre autoridades judiciais e policiais da Espanha, França e Suíça que permitiram vincular a investigação a outros crimes ocorridos em Zurique (Suíça) onde em 31 de julho de 2020 roubaram a quantia de 200.000 francos suíços em notas de 1.000 francos de um colecionador de carros antigos ou o roubo, também por Rip Deal, de um diamante de 101 quilates no valor de 4,5 milhões de euros cometido em um hotel na cidade francesa de Cannes em 7 de agosto de 2020. Da mesma forma, em 15 de outubro de 2020, membros da organização viajaram a Valência com a intenção de cometer outro golpe pelo mesmo método, que não se concretizou.

A operação que levou às prisões foi desencadeada pela suspeita de que os golpistas pretendiam vender um dos diamantes roubados. Além das oito prisões, os policiais confiscaram 10.000 euros em dinheiro, dois certificados de joias, documentação relacionada à compra de uma casa na Romênia, uma lupa usada para verificar joias e uma chave USB que permite o acesso e transações em uma carteira de criptomoeda. Também foi encontrada uma mala rosa semelhante à usada durante o furto do diamante em Cannes. Bem como dos envelopes contendo pedaços de papel em forma de notas (fac-símiles), daqueles normalmente utilizados para a prática de fraudes pelo método Rip Deal.

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