Líderes catalães saem da prisão após indulto do governo espanhol

Líderes catalães condenados por processo independentista de 2017 na Catalunha saem da prisão após receberem indulto do primeiro-ministro Pedro Sánchez

Saída dos líderes catalães emLledornes
Grupo de apoiadores aguardava líderes catalães na saída da prisão após concessão de indulto

Após quatro anos, os nove líderes catalães condenados pela organização do referendo de autodeterminação de 2017 e a posterior declaração frustrada de independência da Catalunha deixaram a prisão. A liberação se deu após a concessão de indulto pelo governo espanhol, liderado pelo primeiro-ministro Pedro Sánchez (PSOE). O anúncio oficial foi feito por Sánchez em Barcelona na última segunda-feira (21), coicidentemente no mesmo dia que o Conselho da Europa aprovou um duro informe sobre o tratamento do estado espanhol aos líderes catalães no qual recomenda a liberação dos presos e o fim da perseguição dos exilados e represaliados.

A primeira a sair, ao meio-dia, foi a ex-presidente do Parlamento da Catalunha, Carme Forcadell, que estava na prisão de Wad-Ras, em Barcelona, sob a aclamação de um grupo de pessoas que a esperavam. Entre eles, a atual  presidente do legislativo catalão, Laura Borràs (Junts), que remarcou que “saíam da prisão pessoas que nunca deveriam ter estado” e o ex-presidente da mesma instituição, Roger Torrent (ERC).

Forcadell exigiu o fim da perseguição legal ao movimento independentista. “Hoje é um dia de alegria, especialmente para nós que fomos libertados da prisão e para as nossas famílias, mas a alegria não é completa, porque o que queremos é o fim da repressão: que todas as pessoas retaliadas e perseguidas possam sair às ruas como nós, livremente, sem medo de nada, e os exilados possam voltar ”.

Forcadell fazia referência as mais de três mil pessoas processadas por conta do movimento independestista, alésm dos líderes exilados, a exemplo do ex-presidente Carles Puigdemont e seus ex-secretários de governo Clara Ponsatí, Lluís Puig e Toni Comín, atualmente vivendo na Bélgica. Apesar de classificar a liberdade concedida como uma pequena vitória, ela ressaltou que é um passo nesta direção. “Se a independência não tivesse vencido eleição após eleição, se não tivéssemos essas vitórias judiciais na Europa, se as pessoas não tivessem se mobilizado, não estaríamos aqui hoje”, destacou.

Pouco depois, foi liberada a ex-secretária de governo Dolors Bassa, que estava na prisão de Puig de les Basses, e também se dirigiu às pessoas que foram recebê-la: “Nada acabou, nada começa, tudo é uma etapa, fechamos uma porta com muito gosto. É um passo em frente, mas teremos que fazer muito mais para conseguir o que sempre desejamos: a autodeterminação do nosso povo .” Bassa exigiu a retirada das euroordens de prisão contra os líderes exilados”.

De Lledoners,  saíram Jordi Cuixart, Jordi Sánchez, Josep Rull, Jordi Turull, Joaquim Forn, Raul Romeva e Oriol Junqueras, que juntos exibiram uma faixa com o slogan “Liberdade para a Catalunha” e também falaram para para as pessoas que os estavam esperando. O primeiro a se manifestar foi o presidente de Òminum Cultural, Jordi Cuixart. “A primeira das lembranças de hoje vai para o presidente Carles Puigdemont, e para Toni Comín, Clara Ponsatí, Marta Rovira e Anna Gabriel e todos os outros represaliados.

“A repressão não nos venceu e não nos vencerá, não há perdão que vá silenciar o povo catalão ”, disse, ao acrescentar: Não fomos silenciados e nunca seremos calados. Que ninguém se engane, se os presos saíram hoje é porque no estado não conseguiram nos manter presos sob pressão da Europa e dos catalães e catalãs . “

INDULTOS – Os indultos recebidos pelos líderes catalães serão anulados se, antes de um determinado período de tempo, os indultados forem condenados a mais de 5 anos de prisão por crime grave. Nesse caso, eles deveriam cumprir a nova sentença somada ao tempo que agora lhes resta do Supremo Tribunal Espanhol por sedição. O período de tempo é diferente para cada um deles: para Junqueras, Forn, Turull e Rull são 6 anos, 5 para Sànchez e Cuixart, quatro para Romeva e Forcadell e 3 para Bassa. Em qualquer caso, a pena de inabilitação de direitos políticos não foi perdoada, assim não poderão exercer funções públicas ou trabalhar para as administrações antes de o cumprirem o que determina a lei.

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